ALEITAMENTO MATERNO BOM PRA O CORAÇÃO

Aleitamento Materno

Há mais uma vantagem no aleitamento materno: proteger o coração da mãe. Um estudo publicado no jornal Obstetrics and Gynecology mostrou que as mulheres que amamentam no seio por mais de um ano têm de 10% a 15% menos chance de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e ter colesterol alto depois da menopausa.

A recomendação geral é que as mulheres amamentem seus bebês exclusivamente no seio até eles completarem seis meses de vida.

O leite materno é o alimento ideal para o bebê. Fornece tudo o que ele precisa, aumenta a imunidade, diminui a incidência de alergias e infecções, previne diabetes e obesidade futuras.

Já se sabia que, para a mãe, amamentar reduz o risco de câncer de mama. Com o novo estudo, realizado por equipe da Universidade de Pittsburgh (EUA), acrescenta-se o benefício ao coração materno.

A hipótese dos pesquisadores para esse efeito é que a oxitocina, substância conhecida como o hormônio do amor, que a mãe libera em altas doses durante o ato de amamentar, seja protetora da saúde cardíaca.

A autora do estudo, Eleanor Bimla Schwarz, afirma que os resultados mostram que quanto mais tempo a mãe amamentar, melhor será a sua saúde e a de seu bebê.

No estudo, foram pesquisadas 139.681 mulheres com idade média de 63 anos, que tinham amamentado pelo menos um filho. Aquelas que amamentaram por mais de 12 meses apresentaram menor risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e doenças cardíacas do que as que tiveram filho mas não amamentaram no seio.

Além disso, quanto mais tempo durou a fase de amamentação, maiores os benefícios à saúde do coração. Esses benefícios foram verificados mesmo após os pesquisadores fazerem os ajustes para fatores de risco, como a obesidade, por exemplo.

Entre as mulheres que amamentaram por mais de um ano, o risco de hipertensão foi calculado em 38,6%, contra 42% de risco das mulheres que nunca amamentaram no seio. O colesterol alto foi observado em 12% das que deram o seio, contra 14,8% das que não o fizeram. O risco de doença cardiovascular foi estimado em 9% para as mães que amamentaram e em 10% para as que não fizeram aleitamento materno.

Para Schwarz, a autora do estudo, os dados podem acrescentar mais uma recomendação para evitar as doenças cardiovasculares, principal causa de morte na maioria dos países do mundo, incluindo o Brasil.

Para prevenir doenças do coração recomendo às minhas pacientes que façam exercício regularmente, cuidem de alimentação, não fumem e amamentem seus bebês por mais tempo. E quando estamos falando de aleitamento materno, as mulheres ganham em dobro, porque faz bem para ela e para o bebê”, diz Schwarz.

Porém, mesmo entre os defensores do aleitamento materno, muitos consideram que amamentar no seio por mais de um ano é um período longo demais.

Segundo a presidente do Sapphire Women's Health Group, organização norte-americana dedicada à promoção da saúde feminina, que estimula o aleitamento materno, “Sabemos que o leite materno traz inúmeros benefícios à criança, e é interessante notar que as mães que amamentaram por mais de 12 meses apresentaram menor risco de doença cardíaca. Porém, esse dado pode estar relacionado às escolhas de saúde feitas por mulheres que pretendem amamentar por tanto tempo. Talvez, o que tenha contado para o menor risco tenha sido o fato de elas procurarem levar uma vida saudável”.

Iara Biderman

Fonte: http://coracaosaudavel.terra.com.br/noticias_integra.